O protagonismo feminino no Rio Grande do Norte ganhou força nos últimos anos. Dados recentes mostram que o estado tem superado a média brasileira tanto no número de mulheres que chefiam domicílios quanto na ocupação de cargos de liderança no mercado de trabalho.
Segundo o Boletim do Observatório do Trabalho e de Políticas Sociais no RN, elaborado pela Sethas em parceria com o Dieese, o número de lares liderados por mulheres no estado saltou de 37,6% em 2014 para 56,4% em 2024 — ultrapassando a média nacional, que chegou a 51%. O destaque vai para a região Oeste, onde 60,7% das famílias são chefiadas por mulheres, seguida pelo entorno metropolitano de Natal (55,4%), região Central (55%), capital (54,6%) e o Agreste (54,4%).
Nos espaços de poder e gestão, o avanço também é significativo. A participação feminina em cargos de direção e gerência subiu de 34,5% em 2014 para 44,9% em 2024, superando a média nacional de 39,2%. Esse índice, inclusive, é superior à proporção geral de mulheres no mercado de trabalho potiguar, que representa 40% do total de pessoas ocupadas no estado.
O estudo, baseado em dados da PNAD Contínua do IBGE, também aponta que a população do RN no último trimestre de 2024 era estimada em pouco mais de 3,6 milhões de habitantes, sendo as mulheres maioria, com 51,3% — número similar à média nacional de 51,2%.
Embora os avanços sejam notórios, o boletim também destaca a permanência de desigualdades estruturais. Barreiras culturais e institucionais ainda dificultam o acesso das mulheres a setores historicamente dominados por homens, bem como a conquista de condições equitativas de trabalho.
A evolução registrada é motivo de celebração, mas também reforça a necessidade de políticas públicas contínuas para garantir que a ascensão feminina no mercado de trabalho não seja apenas estatística, mas uma realidade consolidada em todas as regiões e setores.