A manhã do último fim de semana foi marcada por revolta e indignação entre os trabalhadores da Praia de Cotovelo, em Parnamirim. A gestão da prefeita Nilda Cruz realizou uma ação de fiscalização que resultou na remoção de todos os equipamentos de trabalho de comerciantes locais, impedindo que diversos pais e mães de família pudessem exercer suas atividades e garantir o sustento de casa.
Vídeos e fotos feitos pelos próprios trabalhadores mostram fiscais recolhendo barracas, cadeiras e utensílios, além de proibirem o trabalho de vendedores que há anos sobrevivem do comércio na praia. Segundo os comerciantes, não houve aviso prévio nem diálogo apenas a ordem imediata para desocupação.
A ação gerou forte reação entre os moradores e trabalhadores do litoral, que afirmam ter sido tratados com autoritarismo e falta de respeito.
“Eles chegaram mandando tirar tudo, sem conversa, sem reunião, sem chance de explicar nada. A gente trabalha direito, paga as coisas, e mesmo assim fomos tratados como se estivéssemos errados”, contou um dos comerciantes, visivelmente revoltado.
A polêmica ganhou ainda mais força com relatos de que a operação teria sido apoiada por um estabelecimento local, levantando suspeitas de perseguição e favorecimento. Moradores também afirmam que, durante a ação, o acesso de banhistas chegou a ser restringido em alguns pontos da orla.
Para muitos, o episódio escancara o descompasso entre o discurso e a prática da atual gestão. Enquanto a prefeita Nilda Cruz costuma destacar o diálogo e a escuta popular como marcas de sua administração, trabalhadores denunciam exatamente o oposto.
“Dizem que é uma prefeitura do povo, mas estão é tirando o povo do direito de trabalhar”, lamentou outro comerciante.
O caso gerou grande repercussão nas redes sociais e acendeu o debate sobre a forma como a Prefeitura de Parnamirim tem conduzido a fiscalização e o ordenamento das praias — especialmente em um momento em que o turismo e o comércio local são as principais fontes de renda para muitas famílias.
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Parnamirim ainda não havia se manifestado oficialmente sobre o ocorrido.